quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Dia 59 - Mas por que está tudo errado?

Hoje foi dia de ir na médica - nem precisa falar que para quem é obrigatório fazer um check-up anual, principalmente para quem está fazendo bastante exercício, né? 

Pois estava lá, reclamando da vagarosidade de perder medidas que eu tenho (por conta de um adorável hipotireoidismo, e um metabolismo lento, que ganha 2 kilos só de sentir o cheiro de uma coxinha) e falando das coisas saudáveis que estamos comendo, mas que em alguns dias tem que apelar para a barrinha de cereais e mostrei a que tinha na bolsa. 

A minha médica (btw, que é o máximo) me disse que as intenções foram boas, mas infelizmente essa barrinha não vai ajudar muito. Isso por que o terceiro ingrediente da lista é "xarope de glicose". 

Pelo que ela me contou e eu pesquisei na internet, muita comida industrializada leva esse ingrediente - mas muita coisa mesmo, principalmente nos EUA - e ele é bom para a empresa, já que tem gosto "bom" e é barato, mas péssimo para o corpo. 

Achei esse vídeo aqui, que é até um pouco radical, mas fala várias verdades: 




O que pensei foi: nossa, mais uma coisa pra ficar procurando nos rótulos antes de comprar qualquer coisa. Mas que saco! Não posso fazer a compra da semana sem ler uma bíblia antes! E por que? Por que muito do que é industrializado tem ingredientes "do mal" - e geralmente nós gostamos deles. Mas por que a gente gosta dessas porcarias? Por que geralmente temos uma vida inteira de exposição e associação dessas comidas ao sentimento de "essa comida é gostosa". 

 Mas será que isso é justo? Afinal de contas, muita da "vontade de comer um hambúrguer" está associada ao bombardeio de propagandas nos mandando comer aquilo, mas o quitandeiro não tem comercial na TV e não fala "Compre espinaaaaafreeee, cooompre espinaaaafre". 

E fora isso também pensei "Nossa, mas se bobear é agora que não dá pra comer mais nada, já que tudo deve ter isso". Claro que a gente não precisa ser tão radical à ponto de pegar tudo que tem no armário e jogar fora, aqui-agora-já. Mas por outro lado, por que as empresas não produzem alimentos (e isso só pra falar de comida, por que se for pra entrar na questão mesmo ficamos aqui até ano que vem) mais saudáveis, e não só na parte da frente do rótulo?

 Afinal de contas, quantas coisas já mostrei aqui que usam o marketing do saudável, mas que na verdade tem ingredientes "do mal" e se aproveitam da ingenuidade e desconhecimento do consumidor? Afinal de contas, o consumidor nem sempre entende toda aquela informação em letras miúdas. E nem tem que entender! 

Quando a gente tá doente, vai no médico, certo? 
Quando o carro da gente quebra, leva no mecânico, certo? 
Por que isso? Por que eles são especialistas em assuntos que eu não sou, então é questão de bom senso que eu os deixe resolver esses problemas, certo? 
Então por que os "especialistas em comida" estão me causando problemas e não os resolvendo para mim? Por que eles não oferecem soluções sustentáveis sem que eu tenha que passar mais tempo lendo o rótulo dos alimentos do que lendo o meu livro preferido? 

E se fosse tudo de outro jeito? Se ao invés de vermos caixinhas de alimento pronto, processado e cheio de venenos, só víssemos "comida de verdade", sem o esterótipo negativo? 

Gente, eu posso falar disso por que vivi na pele: quando era criança muitas vezes deixava de provar coisas por conta da fama. Nunca tinha posto uma abobrinha ou uma couve na boca por que "era verde, então era ruim" - e hoje, depois de muitos anos de quebra de preconceito, trabalho duro da minha vó e passando fome fora de casa, descobri que tudo isso é bom e como todo dia!  

Grãos integrais, "verdinhos", castanhas (sem fritura, sal ou cobertura de chocolate), e muitos outros tem que ser o mainstream e não só para quem pode bancar ou quem entende que faz bem, não só a "comida que a mãe chata obriga comer,' mas a "comida normal". 

Um comentário:

  1. O grande movimento deve ser o de DENUNCIAR os produtos industrializados mentirosos. A matéria da Exame delatando os " contadores de histórias" irreais, como o Suco do Bem e a Dilletto é um excelente exemplo. Chega de pagar caro por lixo que faz mal a saúde! A mudança de mentalidade deve ser investigadora, afinal é duro ganhar o pão nosso de cada dia e o tal pão está cada vez mais fake e insalubre...Parabéns, Mariah!

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